sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Judaísmo Antigo - A bacia de Bronze


O Criador ordenou a Moisés que mandasse construir uma bacia de bronze para que os sacerdotes lavassem os pés e as mãos, quando entrassem na tenda da consagração ou quando fossem imolar as vítimas no altar dos sacrifícios.
Quando mandou erigir o Templo, Salomão fez construir por Hiram de Tiro (I Reis VII, 23-26 e II Crôn. IV, 2-5) uma enorme pia de bronze, sustentada por doze touros (querubins) para as suas abluções e purificações.
 Atenta ao simbolismo da purificação pela água, a maçonaria, através de muitos de seus ritos, mostra, no recinto das Lojas, a representação do mar de bronze, para a purificação das mãos do candidato.
 Usada na cerimônia por que passa o recipiendário, no decurso da sua iniciação, para ensinar-lhe que a limpeza do corpo físico é uma das condições prévias para a pureza da alma.
 Embora haja, em muitas Lojas, apenas uma jarra judaica e uma bacia, para as abluções, o mais sensato é que exista uma miniatura do mar de bronze, com as suas quatro juntas de três bois, cada uma delas olhando para um dos pontos cardeais da Terra.

Carlos Vanilla

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Judaísmo Antigo - o MIZBEACH



 Mizbeach (em hebraico) significa ALTAR. A riqueza da língua hebraica não encontra no português (nossa língua) uma palavra que expresse todo o sentimento, comunhão e respeito que se deve ter diante do Misbeach. O Altar para os Judeus simboliza dentre muitas coisas a paz que deve existir entre o Criador  e o povo. Por simbolizar a paz logicamente se pode entender que em êxodo 20:25 Deus não permitiu a utilização de ferramentas (ferro) por ser o ferro a principal matéria prima das armas de guerra. Na tradição dos Judeus (Talmude) está escrito que atos de bondade e amor são considerados como expiação tão efetiva quanto holocaustos (sacrifícios de animais) realizados no Misbeach... (isto se confirma na Bíblia em I Co 13 quando o apóstolo Paulo escreve... “ainda que eu entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor de nada disso me aproveitará.” Assim sendo até nos dias de hoje os Judeus consideram que o Misbeach de Deus pode estar em sua casa quando você realiza um banquete e o oferece a pobres ou pessoas que não poderão lhe retribuir o ato de bondade e amor... Isto também se confirma em parte na Bíblia na passagem que está em Lucas 14:21. Portanto os Judeus consideram a mesa em que realizamos as refeições um local que deve ser tratado de forma respeitosa nunca colocando os pés ou assentado-se sobre ela. Na Bíblia Sagrada está escrito no livro do Apocalipse 6:9 e 10... “vi, debaixo do Misbeach (Altar), as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”... O Talmude trata destas mortes do passado e que acontecem através dos séculos como um sacrifício necessário para se manter a paz entre Deus e os homens (povo de Deus). O Talmude refere-se ao arcanjo MIGUEL como sumo sacerdote entre os demais anjos e que ministra em um Mizbeach Celestial guardando as almas de homens e mulheres, que foram sacrificados por amor a Deus, e que serão honrados no dia do Juízo perante todas as nações”.

Mizbeach
Um altar de madeira de Acácia
Formato quadrado
2,20 de largura
1,30 de altura
revestido de bronze



Pesquisa: Carlos Vanilla

Judaísmo Antigo - Incensos usado pelo Kohanim


Em março de 1988 foi encontrado em uma caverna de Qumran, uma pequena jarra que continha um oléo avermelhado. Acredita-se que é a única amostra sobrevivente de um óleo balsâmico, descrito na Toráh para ungir o Mishkan (Tabernáculo) e seus vasos, assim como os kohanim, sacerdotes e reis de Israel. O óleo – quando foi encontrado – tinha uma consistência como o mel. A jarra em que o encontraram, estava embrulhada em folhas de palmeiras, cuidadosamente dobradas e preservadas em um poço com profundidade suficiente para evitar que se desperdiçasse devido às intempéries do tempo externo da zona.

Quatro anos depois, descobriram 600 quilos de uma substância orgânica avermelhada dentro de um silo, construído com rochas, em outra parte do complexo de Qumran. Uma série de análises determinaram que a dita sustância avermelhada continha pelo menos oito das onze espécies que eram utilizadas em Pitum haQetoret (mistura de incenso) e oferecidas no Templo.

Alguns anos mais tarde, foi apresentado uma amostra perante dois rabinos que a deram à seus próprios profissionais químicos para analisar a qualidade orgânica, e sugeriram que se queimasse uma porção dessa mistura com propósitos científicos (para tal, utilizaram ácido cloridrico e fogo). Também foi sugerido que a queimasse junto com outras duas espécies que se escontraram no outro lado da caverna.

Os resultados foram assombrosos. Se por um lado, as espécies haviam perdido algum traço da sua potência ao longo dos milênios desde seu enterro, por outro ainda eram poderosas. O resíduo da fragrância permaneceu nos arredores por inúmeros dias depois da experiência. Muitas pessoas informaram que seus cabelos e roupas consevaram o mesmo perfume. Ainda mais assombroso, a área onde foram queimadas as espécies, mudou radicalmente já que estava infestada durante meses, com formigas, mosquitos e outros insetos, que logo depois da experiência do incenso, desapareceram magicamente.

Depois de Ketoret, nenhum inseto foi visto por um bom tempo. Isto traz lembrança da Mishná em Avot 5:5 (Talmude) que diz que não havia moscas na área do Templo.

O poder e efeito prolongado do Ketoret estão também escritos no Talmude Yoma 39b, que as cabras em Jericó (ao norte de Qumrán) espirravam ao sentir o cheiro do Ketoret, e as mulheres não precisavam se perfumar. Em Jerusalém as noivas não precisavam usar seu perfumeiro (um pingente com misturas de ervas) em virtude do dulcíssimo e onipresente cheiro do Ketoret.

O Ketoret e a Bíblia

No Talmude (Arajin 16ª) está escrito que em Beit haMikdash (Templo), o Mishkán (Tabernáculo) assim como os vasos sagrados, o Aron Hakodesh (Arca sagrada), a Menoráh (o candelabro), o Mizbeaj haKetoret (Altar do Incenso), as roupas do Cohen Hagadol (Sumo Sacerdote), as cinzas dos sacríficios, etc., não eram só arterfatos físicos, mas sim, representavam níveis espirituais para estar mais perto de Deus. O mesmo acontece com o Óleo (Shemen) e o Ketoret.

Da leitura de Exôdo 30, podemos destacar que o óleo da unção e o Ketoret estão muito ligados um ao outro, já que contêm várias especiarias iguais.

Outra coisa que podemos destacar é que ambos são muito sagrados. Sagrado em Hebreu se diz Kodesh, quando algo é Kodesh se deve afastar-se e ser mantido separado, adquirindo por tanto o poder de santificar e elevar tudo ao redor (Shabat Hakodesh, Torat Hakodesh, lashon Hakodesh, Ierushalaim Ir Hakodesh, etc.).

Da Kabalah, podemos dizer que o incenso consistía em dez perfumes ou especiarias com uma agradável fragância, e uma especiaria a mais, jelbená (gálbano), com un cheiro horrível. Essas espécies eram misturadas para serem usadas no Templo. Como as onze especiarias representavam as dez, mais uma sefirot (ou originária) da Árvore da Vida do Universo de Tohu (caos), se diz entre tanto que representam a completa retificação do mal. Isto é indicado pela junção da 11ª especiaria, gálbano, que faz menção a elevação do mal retornando ao reino sagrado.

O Talmude (Shabat 89ª) ensina que Moisés foi instruído sobre o mistério do incenso pelo Anjo da Morte (o Anjo da Morte revelou a Moisés que o Ketoret tem poder de anular um decreto maligno, ainda que fosse o da morte).

Por que o Ketoret supera a maldade da morte? De onde sai o seu poder? Obtêm-se do fato da pulverização das especiarias se assemelharem ao rompimento da morte das sefirot originais. As sefirot originais dão luz com uma pequena porção de escuridão. A escuridão não poderia se manifestar como “mal” integro até que a luz fosse “pulverizada”. O rompimento da luz se demomina morte e escuridão. Mas o Ketoret, na precisa forma que está, e especialmente pelo número e natureza dos seus ingredientes tem o poder de sobrepôr-se a morte e a escuridão, e tranformar completamente o mal, tanto em nós e no mundo, no bem.

O Jelbená

O incenso consistia em dez especiarias, ou perfumes, com boas fragrâncias e uma 11ª, gálbano, com um cheiro horrível que se refere a elevação do mal no reino sagrado.

É interesante observar que o jelbená, uma das quatro especiarias mais importantes do Ketoret, descrita no Toráh, corresponde a nada mais nada menos que o carbono, ao carbono animal, um dos quatro elementos primários encontrados no Universo, que junto com o oxigênio eram essenciais para manter a vida!

Continuando com a idéia das dez fragrancias especiais e uma desagradável, o Talmude diz: (Keritot 6b): Todo jejum coletivo que não inclua os pecadores de Israel, não é jejum”.

Isto tem a ver com o fato de que o incenso tinha jelbená. Assim como o jelbená, era preciso que o incenso adquirisse esse aroma, uma congregação não está completa sem alguém que tenha errado e queira redimir-se através do arrependimento. Em particular quando um castigo era decretado contra Israel devido a alguma má ação, este mesmo mal deve ser elevado. Entre tanto, a idéia de trasformar o mal, o elevando novamente a sua fonte no sagrado está incorporanda no incenso. É por essa razão, que todo jejum coletivo deve incluir os pecadores de Israel.

A Toráh menciona quatro especiarias fundamentais para o Ketoret: Bálsamo, estacte, gálbano e frankincenso puro. É somente através da trasmissão oral que conhecemos as outras sete, somando um total de onze. Os sábios, tentam nos explicar, de que maneira se menciona na Toráh, repetindo duas vezes, a palavra “samim”, ou especiarias. A Toráh não especifica quais eram.

O Talmude mais uma vez explica as propriedades do Keroret:

Keritot 6ª: “De que era composto o Ketoret? Continha 368 maneh (medidas). 365 correspondiam ao número de dias do ano solar, uma medida por dia: meia pela manhã e meia a noite. As outras três são aquelas que o Cohen Hagadol (Sumo Sacerdote) traria (ao Sancta Sanctorum) como dobro da porção no “Iom Kipur”

Existe uma súplica, dizendo que nossa oferta seja agradável e aceitável a Deus. O Ketoret tem o poder de anular os efeitos do Lashon Hará (palavras torpes, fofocas, insultos, ofensas verbais, literalmente, a “lingua afiada”). Aqui devemos frisar que a Toráh e a súplica são a forma mais poderosa de utilização da linguagem para o bem. Às vezes, é muito fácil dizer palavras, aquelas que não são nossas e acostumamos repeti-las a ponto de perderem a profundidade e o significado. Mas o segredo da verdadeira súplica é nos colocarmos atrás das palavras, de convertê-las em ações, especialmente aquelas que foram pronunciadas para purificar durante milênios

Altar do Incenso


Madeira Acácia
Formato quadrado
45 cm de comprimento
45 cm de largura
90 cm de altura
Pontas nos quatro cantos
Cabos e argolas
Revestido de ouro.


ESSÊNCIA DO INCENSO




Especiarias cheirosas, Resina medicinal, sal
Ônica ou Onicha: Ônica ou onicha um molusco marinho,( talvez um caranguejo do fundo do mar) o Strombus, que vive nos mares orientais, uma concha. Eram aproveitadas as bordas, que sendo queimado, produz certo perfume. Tinha que buscar esse molusco bem no fundo do mar.



Bejoim ou Estoraque:  A raiz dessa palavra, na língua hebraica, significa gota, pingo. Vinha de um arbusto, com nome de Storax officinale, que exalava um perfume espontaneamente, cujo produto se aplicava no fabrico de incenso. Produzindo flores semelhantes às da laranjeira, na cor, no tamanho e na fragrância.. Era extraída uma resina deste arbusto.

Gálbano: 
O gálbano A resina era extraído de um arbusto do mesmo nome, encontrado na Arábia, Pérsia, Índia e África. Brotava das folhas e galhos mediante a sua trituração

Éfode: incensário






Pesquisa: Carlos Vanilla